O Governo do Huambo realizou, ontem, no pavilhão multiusos Osvaldo Serra Van-Dúnem, o acto provincial em comemoração do 47º aniversário da Independência Nacional, proclamada a 11 de Novembro de 1975, pelo Presidente Agostinho Neto, sob o lema “angolanos, de mãos dadas para o futuro”.

A governadora do Huambo, Lotti Nolika, dirigiu o acto e agradeceu a todos que se juntaram à grande festa da Independência.
“Para mim, é motivo de grande regozijo e transmito, em nome da população do Huambo, o reconhecimento e a gratidão a todos os combatentes que, para a sua querida pátria, sonharam desde os primórdios com a liberdade do povo e resistiram com valentia ao longo da nossa história, em especial, os nossos reis que lutaram com bravura e preferiram morrer a lutar do que se renderem à ocupação estrangeira”, apontou.
Lembrou que, mais do que entender o contexto desta data comemorativa, o 11 de Novembro deve ser recordado como o dia em que “os filhos desta pátria tornaram-na independente para reconstruir a identidade de um povo forte e trabalhador, conquistando a paz e implementando o multipartidarismo”.
O administrador do Huambo, Azevedo Cambiambia, disse que os sinais de que a Independência valeu a pena são visíveis e palpáveis no Planalto Central, tendo em conta a carteira de investimentos verificada no município sede.
“Inauguramos hoje estradas e outros bens públicos que, certamente, servirão para o bem dos cidadãos. Auguramos um futuro melhor para que sejamos mais prósperos e o Huambo possa merecer mais investimentos, sobretudo, nas vias de acesso, iluminação pública, Educação, Saúde e o sector agrícola tenha mais acesso aos inputs e o desporto cresça”, referiu.
A deputada Navita Ngolo, do Grupo Parlamentar da UNITA, disse que a verdadeira Independência não pode ser política, mas sim económica.
“Deve-se dinamizar o sector da Agricultura, pois carece de investimentos fortes a partir do Orçamento Geral do Estado, dando um bolo maior para que aqui no Huambo, onde dependemos dela, o adubo e o amónio não custem tanto e precisamos, também, desenvolver o empresariado local e investir na Educação”, frisou.

Antigos combatentes

Justino Kakenha é antigo combatente e falou da importância da comemoração desta data histórica, por se tratar de um acto de reconhecimento de coragem e patriotismo de todos quantos lutaram em nome da liberdade de Angola.
“Todos esses sacrifícios fizeram com que o Estado angolano criasse um conjunto de leis e estatutos especiais reconhecidos aos antigos combatentes, que lhes ficaram diminuídos na sua capacidade de ganho e para os familiares dos combatentes tombados. Tais leis foram publicadas para dar maior dignidade à vida socioeconómica dos mesmos, mas ainda temos encontrado muitas dificuldades”, lamentou.
“Este reconhecimento do Estado angolano não tem efeito e o tempo está a passar, o Executivo está consciente da situação e dos desafios que ainda se colocam no difícil e complexo processo da dignificação social dos antigos combatentes, dignificar-nos e aos veteranos da pátria é dever de honra. Por isso, apelamos a quem de direito a rever, com muita urgência, o aumento da pensão, porque com 23 mil kwanzas não é possível sobreviver, tendo em conta o aumento constante dos preços da cesta básica e não só”, rogou.

Projecto PAPE beneficia jovens

Ainda no quadro das comemorações do 11 de Novembro, a governadora Lotti Nolika procedeu à entrega de 15 Kits para a promoção do auto-emprego no âmbito do PAPE.
Elisandra César recebeu um kit de agricultura, composto de uma motobomba, duas enxadas e uma máquina pulverizadora. A beneficiária trabalha no ramo há dois anos e disse que vai fazer bom uso do material.
“Os meus pais têm uma lavra, é lá onde pretendo usar este material. Vamos conseguir trabalhar melhor a terra e colher bons produtos. Os jovens que esperam pela sua vez tenham paciência, pois vão receber os seus kits”, encorajou.
Constantino Calembe recebeu um kit de pedreira e referiu que com o material angariado ajudará a dar continuidade aos trabalhos: “Trabalho com alguns jovens no ramo da Construção. Vou ajudar outros que estão fora do sistema de emprego. O projecto PAPE é bom, Angola precisa de jovens com capacidade e vontade de trabalhar para deixarmos a delinquência e o álcool”.