O Kremlin afirmou hoje que o Presidente russo, Vladimir Putin, não possui um encontro marcado com o representante do Papa, o cardeal Matteo Zuppi, que poderia visitar Moscou após sua viagem a Kiev.
Neste momento, não há (um encontro agendado entre Putin e Zuppi), declarou o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, durante sua colectiva de imprensa diária.
Peskov acrescentou que, caso ocorra alguma alteração nos planos, o Kremlin informará os veículos de comunicação.
O representante russo também evitou confirmar uma eventual visita de Zuppi a Moscou, restringindo-se a mencionar que, por enquanto, tem-se conhecimento apenas de que o cardeal italiano está em Kiev e que “sobre o restante”, obteria informações posteriormente.
Conforme comunicado divulgado hoje pelo Vaticano, o cardeal italiano Matteo Zuppi estará presente em Kiev hoje e na terça-feira, na qualidade de enviado do Papa, com o objectivo de realizar uma missão de mediação de paz na Ucrânia.
O principal objectivo dessa iniciativa “é escutar com atenção as autoridades ucranianas acerca das possíveis vias para alcançar uma paz justa e apoiar gestos humanitários que contribuam para aliviar as tensões”, mencionou o comunicado.
Segundo o Vaticano, Zuppi actuaria como uma espécie de intermediário entre os presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, embora ainda não tenha sido anunciada uma data para a viagem a Moscou.
Actualmente, a agenda do cardeal na Ucrânia também não foi divulgada.
Zuppi já havia sido designado por Francisco para “liderar uma iniciativa visando diminuir as tensões no conflito na Ucrânia”, conforme a secretaria de Estado do Vaticano, há algumas semanas.
O arcebispo de Bolonha é reconhecido por ser um religioso “dedicado aos mais necessitados e migrantes”.
Essas características, especialmente o seu trabalho de mediação nos acordos de paz em Moçambique em 1992, na Guatemala nos anos 90 e sua colaboração com Nelson Mandela para um cessar-fogo no Burundi em 2003, levaram o Papa a confiar-lhe essa delicada missão.