O representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) em Angola, Ivan Yerovi, reconheceu o empenho do Executivo na criação de condições para fortalecer o sistema de protecção das famílias, com a implementação do Programa de Transferências Sociais Monetárias (Kwenda).

Ivan Yerovi, ao intervir na mesa-redonda alusiva ao Dia Internacional da Família, sob o lema “Tendências Demográficas e Famílias”, organizada pela Comissão de Família, Infância e Acção Social da Assembleia Nacional, disse que o UNICEF reconhece, com satisfação, o esforço feito por Angola no sentido de fortalecer o sistema de protecção social, com o Kwenda, bem como de outros serviços sociais.

De acordo com o representante do UNICEF em Angola, o reforço da protecção social é um caminho comprovado para construir a resiliência das famílias e prevenir o impacto acentuado de crises que muitos países vivem até hoje.

Ivan Yerovi referiu que é urgente os Estados começarem a reduzir as ” gritantes desigualdades”  entre as populações, defendendo que todas as famílias merecem acesso à protecção social, independentemente da posição geográfica, que sejam capazes de proteger as crianças.

No entender do responsável do UNICEF, não se pode imaginar o futuro para cada criança sem pensar nas competências dos pais, tendo em conta que as necessidades das mesmas são múltiplas.

O UNICEF, frisou, tem apelado aos Governos para assegurar os serviços sociais básicos, nomeadamente, o acesso à Saúde, à Vacinação, à Nutrição, à Prevenção e ao combate à malária, entre outros, bem como à criação de condições de higiene e saneamento.

Yerovi ressaltou ainda a necessidade de criar condições para que as famílias tenham acesso à água potável, sem esquecer o reforço de protecção contra as várias formas de violência a partir da educação.

Em toda a África Subsaariana, referiu, a crise económica provocada pela Covid-19 empurrou mais de 50 milhões de pessoas para a pobreza extrema, “ou seja, pessoas que vivem com menos de 2,15 dólares, enfrentando desigualdades gritantes”.

As famílias precisam de apoio colectivo através de mecanismos testados e comprovados, como a protecção social, exemplificando que nos países avançados recebem estímulos para cobrir as necessidades básicas, enquanto na região subsaariana de África  ainda enfrentam desafios para fornecer até “uma pequena fracção de apoio temporário às famílias”.

De acordo com o representante do UNICEF em Angola, o reforço das competências familiares e da protecção social, inscritos nos 11 Compromissos da Criança, em particular o número nove, é um caminho seguro para o empoderamento das famílias que se vai reflectir no papel da protecção das crianças, especialmente, nos primeiros anos de vida.