O Governo angolano prevê aumentar o orçamento para a província de Cabinda. As verbas previstas para a região mais do que duplicam no Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2023 em comparação com o do ano passado.
As despesas previstas para a província mais do que duplicam em relação ao ano passado, de 239,8 mil milhões de kwanzas para 496 mil milhões de kwanzas (917,8 milhões de euros).
Sendo assim, a sociedade civil apela ao governo local que use esse dinheiro para melhorar a vida da população.
O professor Paulo Londa disse que é necessário investir em questões-chave como a saúde, educação e emprego para os jovens: “Gostaríamos que esse mesmo orçamento se refletisse nas condições sociais da nossa população, particularmente em Cabinda. Quando os números sobem, de nada vale que as populações não sintam o reflexo do aumento dessas verbas.”
Para isso, será também preciso reforçar a fiscalização dos órgãos competentes, para evitar desvios de fundos, disse ainda o professor. “Se isso acontecer, o impacto na vida das populações seria maior”, afirma Paulo Londa.
Uma empresária da província de Cabinda, Josefina Estevão, pede ao Estado que as mulheres não sejam esquecidas nos planos do Governo. “Espero que esse orçamento também priorize as mulheres empresárias e até mesmo aquelas independentes, que estejam a começar algum tipo de negócio”, comenta.
Projetos estruturantes em Cabinda
A nova governadora provincial de Cabinda Mara Quiosa, prometeu mudanças.
Mara Quiosa foi nomeada em setembro passado e prometeu que, durante a sua governação, iria dar especial atenção aos jovens e priorizar a concretização de projetos estruturantes na região.
“Um dos desafios que temos para este ano e para o quinquénio é justamente a conclusão dos projetos estruturantes que vão proporcionar uma nova vida às populações desta região, nomeadamente o Terminal do Porto de Águas Profundas do Caio, o Aeroporto Internacional de Cabinda, a centralidade de Chibodo, a Refinaria de Cabinda e o Campus Universitário do Caio”, enumerou Mara Quiosa recentemente.
São todos projetos que demoram a ser construídos e poderão impulsionar a economia local.
No OGE deste ano, houve aumentos no orçamento para quase todas as províncias, mas a subida em Cabinda é a que mais salta à vista.
Cabinda é agora a região com o segundo maior orçamento, depois de Luanda.
Ainda assim, a maior fatia do OGE está reservada para o pagamento da dívida pública de Angola, que ronda 45% do total das despesas. Esta segunda-feira, os deputados angolanos pediram “maior rigor” na contratação e certificação da dívida do Estado.