As exportações dos produtos agrícolas nacionais para o mercado chinês com isenção de tarifas aduaneiras, a capacitação de quadros no domínio das Zonas Francas e a realização de um fórum empresarial público-privado foram os temas que dominaram a audiência que o ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João concedeu ontem, em Luanda, ao embaixador da China, Gong Tao.

No final do encontro, Mário Caetano João disse à imprensa que a China representa um parceiro estratégico em momentos difíceis da economia nacional e que, doravante, as relações entre os dois países estarão viradas para o desenvolvimento, com o foco ao reforço da capacitação dos quadros angolanos e à troca de experiência.
O titular da pasta da Economia e Planeamento referiu que a China possui uma vasta experiência na criação de Zonas Francas, uma área de competitividade que Angola procura desenvolver, razão pela qual foi abordada a possibilidade de envio de quadros para um estágio naquele país, no âmbito das Parcerias Público Privadas (PPP).
A participação da China no programa de privatizações e na digitalização do Programa de Reconversão da Economia Informal, também mereceu especial atenção no encontro, onde ficou decidido a ideia sobre a dedicação do dia “da China” durante a realização da Feira Internacional de Luanda (FILDA), “como uma plataforma para atrair a nata dos empresários para Angola.”
“A parceria, de facto, já existe, visto que vários quadros angolanos do sector público têm participado em acções de formação e capacitação, mas gostaríamos de ter uma parceria mais especializada para os desafios do ministério” disse o governante angolano.
Mário Caetano João lembrou já ter estado numa visita à China durante três semanas, ” e posso dizer que isto ajuda substancialmente, a entender de que forma os dois países podem ainda mais intensificar as suas áreas”.
Quanto à parceria pública privada, o ministro disse que ainda se encontra na fase de identificação de projectos, pois embora já existam alguns projectos relacionados com a construção de pontes, neste encontro foram analisadas a possibilidade de a China participar na construção de mercados que possam acolher um número considerável de vendedores.
“A China fez uma oferta unilateral para a entrada livre de quotas de produtos angolanos e vamos trabalhar com os empresários nacionais no sentido de identificar que produtos, e em que quantidades estariam aptos à entrada para o mercado chinês”, sustentou.

Incentivos fiscais no mercado chinês

Além da oferta de entrada de produtos livres de quotas para o mercado chinês, os dois Estados estão ainda a estudar outras medidas não tarifárias de carácter sanitário, fitossanitárias e técnicas, segundo informou o ministro da Economia e Planeamento.
“É evidente que esta oferta de entrada de produtos angolanos livres de quotas ao mercado chinês, representa uma oportunidade que deve ser aproveitada por Angola no quadro da diversificação da economia”, disse.
Destacou que Angola exporta para a China petróleo, minerais diversos e recursos florestais, mas há uma tendência de diversificação das exportações, não obstante em quantidades muito reduzidas.
Quanto à dívida de Angola com a China, o ministro salientou que se situa nos 20 mil milhões de dólares.
Os dois dirigentes concordaram ainda com a realização de um fórum empresarial público-privado das empresas chinesas em Angola e todas que tenham interesse em investir no país.
“O embaixador transmitiu a necessidade de que, tão logo tenhamos finalizado o nosso Plano de Desenvolvimento Nacional, realize-se este fórum para transmitir as nossas ideias e visões do Executivo para o empresariado Chinês.