O Embaixador norte-americano em Angola, Tulinabo Mushingi, considerou a cimeira Estados Unidos- África, prevista para Dezembro deste ano, em Washington, uma grande oportunidade para Angola mostrar ao mundo o novo país que está a construir e, com isso, atrair mais investidores.

“Passados 20 anos de paz, há uma mudança positiva que todos nós podemos fortalecer”, referiu o diplomata americano que, de seguida, acrescentou: “Eu não estou a dizer que todos os problemas já foram resolvidos, mas, sim, que há uma trajectória que parece, para mim, positiva”.
Tulinabo Mushingi explicou que a Cimeira EUA-África, uma iniciativa do Presidente Joe Biden, vai realizar-se em três dias, nomeadamente, de 13 a 15 de Dezembro. Disse que o primeiro momento será reservado à abordagem de diversos temas, com a presença da diáspora africana. O diplomata, que falava ao Jornal de Angola, sábado, no final da abertura do ano parlamentar, onde o Chefe de Estado proferiu o discurso sobre o Estado da Nação, referiu que a Cimeira vai converter-se numa experiência importante para os países.
Num segundo momento, prosseguiu, o evento vai tratar, especificamente, de assuntos ligados a negócios, sendo o grande destaque a procura de oportunidades para potenciar as economias e os sectores financeiros. Tulinabo Mushingi revelou que vão estar presentes, neste dia, cerca de 250 CEO de empresas americanas e africanas, incluindo angolanas.
“O segundo dia vai ser reservado para questões relacionadas a investimento privado”, frisou. O embaixador norte-americano ressaltou que o terceiro e último dia, o ponto mais alto da cimeira, vai ser marcado pelo encontro entre os Chefes de Estado e de Governo dos países africanos com o Presidente norte-americano, Joe Biden.
Ao pronunciar-se sobre o evento, em Julho deste ano, o Presidente Joe Biden esclareceu que a ideia, ao convocar a Cimeira, passa por demonstrar o compromisso duradouro dos Estados Unidos para com o continente africano. Na sua declaração, salientou que a Cimeira vai basear-se nos valores compartilhados, para promover um novo envolvimento económico, reforçar o compromisso dos Estados Unidos para com África em matérias de democracia, direitos hu-manos, combate à Covid-19 e das pandemias futuras, paz e segurança e segurança alimentar. Joe Biden destacou que estão unidos por trabalhar com os governos africanos, comunidades da sociedade civil nos Estados Unidos e o sector privado, para continuar a trabalhar “a nossa visão compartilhada para o futuro das relações civis”.
“Aguardo, com expectativas, a recepção de líderes de todo o continente africano, em Washington DC, de 13 a 15 de Dezembro, para a Cimeira de líderes EUA-África”, sublinha na sua declaração.
De acordo com a emissora Voz da América, esta cimeira vai marcar o regresso da atenção de alto nível dos Estados Unidos da América, após a presidência de Donald Trump, “que não fez segredo da sua falta de interesse na África subsaariana”.
Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, recebeu, no seu gabinete, o embaixador dos Estados Unidos em Angola, Tulinabo Mushingi, com quem abordou os pormenores relacionados com a preparação da Cimeira.