O Estado destacou, este domingo, durante a cerimónia fúnebre do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, realizada na Praça da República, em Luanda, que com a sua morte “o país viu partir um dos seus mais ilustres filhos” e uma das mais insignes figuras da Nação angolana.

Numa mensagem de homenagem, apresentada pelo ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, José Eduardo dos Santos é reconhecido como um dos mais destacados cidadãos e convicto patriota, tendo dedicado toda a vida à mais nobres causas e anseios do povo angolano.
Nas suas qualidades de Chefe de Estado, do Governo e de Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas (FAA), José Eduardo dos Santos conduziu o país nos momentos mais sombrios da história de Angola e liderou os processos que encaminharam para algumas das mais relevantes conquistas dos angolanos, desafios considerados permanentes para as actuais e as futuras gerações. “Não só conduziu os processos como preparou as gerações seguintes para defender, manter e perpetuar muitas das mais relevantes conquistas do povo angolano”, realça a mensagem.
Sob a liderança de José Eduardo dos Santos, iniciada apenas quatro anos após a conquista da Independência Nacional e na sequência do passamento físico do primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, num contexto adverso, quer no plano nacional quer no plano internacional, os angolanos mantiveram a Independência Nacional e criaram as bases para que a solidez faça dela uma conquista perene.
“Sob sua liderança, mantivemos a integridade territorial e a unidade nacional”, recorda. Sublinhe-se, essas conquistas não só foram mantidas como permitiram, também, a criação das bases para que as actuais e futuras gerações as assegurem para todo o sempre. “Angola é e continuará a ser, de Cabinda ao Cunene, e jamais abandonará o estratégico projecto de construir, todos os dias, com o suor de todos, um só povo e uma só Nação”, sublinha.
Sob liderança de José Eduardo dos Santos o país realizou muitas das suas mais estruturantes reformas nos domínios constitucional, político, económico e social. Foi no seu consulado que Angola operou, por exemplo, a transição constitucional, a transição para o multipartidarismo, a democracia pluralista e o Estado de Direito, a transição para a economia de mercado e para a consagração e o reconhecimento dos direitos, liberdade e garantias fundamentais dos cidadãos, tendo, entre elas, destacado a abolição da pena de morte.
Acrescenta, igualmente, que sob liderança do ex-Presidente José Eduardo dos Santos Angola se projectou nos planos regional, continental e global, afirmando-se, deste modo, na arena internacional como um Estado forte e respeitado. “Com invulgar sagacidade e ímpar visão estratégica”, o Presidente José Eduardo dos Santos conduziu Angola ao alcance de duas das suas maiores conquistas: “a paz e a reconciliação nacional, cujos frutos beneficiamos há 20 anos”. “Desempenhou um relevante papel para a paz e a estabilidade no nosso continente”, salienta. Na mensagem, que exalta os grandes feitos do ex-Presidente, reconhece-se que a sua estratégia, para o alcance da paz e da reconciliação nacional, evidenciou a importância do perdão e a visão de que enquanto Estado soberano cabe “a nós buscar as melhores soluções para os nossos problemas”, o que levou o povo angolano a apelidá-lo “Arquitecto da Paz”.
Para o Estado angolano, é fundamental assegurar a perenidade da Independência, soberania nacional, integridade territorial, unidade nacional, paz, reconciliação nacional, estabilidade e o caminhar, infinitamente, em direcção à construção de um país próspero e de todos, para que Angola seja perene, como forma de eternizar o seu legado.
“Neste momento, em que o povo angolano sente a dor da sua partida e lhe rende esta derradeira homenagem, curvamo-nos perante a sua memória para reassumir, de viva voz, o nosso compromisso pátrio de continuar a fazer de Angola um país que orgulhe todos os seus filhos, seguramente o seu maior desejo e a sua maior ambição”, conclui a mensagem.

As raízes da paz e da reconciliação nacional

O Estado fez saber que as raízes da paz e da reconciliação nacional são profundas, firmes, sustentadas na ideia do “nem mais um tiro” e estão no coração do povo angolano. Acrescentou que o povo angolano aprendeu, com o Presidente José Eduardo dos Santos, que Angola é perene, eterna, muito mais do que a soma de cada um de nós e de um conjunto de pessoas. “Nós passamos uns após os outros, mas a nossa Angola é eterna e será sempre eterna, na medida em que consigamos, tal como ontem, sob a sua liderança, preservar, todos os dias, as nossas maiores conquistas e a nossa identidade, valores que nos unem e nos conduzem a um destino comum”, atesta a mensagem, que resume tudo isso a palavra Nação.
“Que a sua alma descanse em paz, que o seu legado nos inspire, em cada momento, e eternamente, de geração em geração, para vencermos os desafios de hoje e os de amanhã, da actual e das futuras gerações, porque a nossa Angola é eterna. O povo angolano recordar-lhe-á, sempre, como um bom patriota”, ressalta a mensagem do Estado, sublinhando, de viva voz, “até sempre, camarada Presidente”. E… termina a mensagem do Estado angolano, proferida em homenagem a José Eduardo dos Santos, que desempenhou “com brio invulgar e dedicação plena” o alto cargo de Presidente da República de Angola, no período compreendido entre Setembro de 1979 e Setembro de 2017.