A província de Malanje é uma praça eleitoral “muito forte” do MPLA. Conta-se que o falecido presidente da UNITA, Jonas Savimbi, em 1992, preveniu a população desta província durante a campanha eleitoral, dizendo que o povo de Malanje iria “empurrar o comboio com os dentes”, se não votasse no “Galo Negro”. Uma memória que a vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, convocou na abertura da pré-campanha eleitoral em Malanje este ano.

“O povo de Malanje foi sempre fiel ao MPLA, nunca aceitou, como alguém pretendia, empurrar o comboio com os dentes. Ao contrário, este povo heroico e generoso incorporou a bravura da rainha Nginga Mbandi”, disse.
O presidente do MPLA, João Lourenço, vai estar também em Malanje esta semana. Na quarta-feira subirá ao púlpito para apresentar as linhas de força do seu programa eleitoral.
A visão do MPLA, para o período 2022-2027, que será apresentada em Malanje, é a de que Angola seja uma referência como um País de paz, moderno e democrático em África, capaz de planear e implementar políticas públicas bem-sucedidas, gerir recursos limitados com eficiência e transparência, assim como prestar serviços de elevada qualidade.
O programa do MPLA a ser apresentado em Malanje defende a reorganização e dinamização das instituições públicas, melhorar a governação e a regulamentação nos organismos da administração directa e indirecta, independente e autónoma.
Defende, entre outros aspectos, a estimulação e a participação dos cidadãos nas políticas públicas, reforçando a transparência e o escrutínio, assim como um maior envolvimento dos angolanos nos processos de tomada de decisão.
Estão autorizados a concorrer às eleições gerais de 24 de Agosto os partidos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, PHA e P-NJANGO e a coligação CASA-CE.
Do total de 14,399 milhões de eleitores esperados nas urnas, 22.560 são da diáspora, distribuídos por 25 cidades de 12 países de África, Europa e América. A votação no exterior terá lugar em países como a África do Sul (Pretória, Cidade do Cabo e Joanesburgo), a Namíbia (Windhoek, Oshakati e Rundu) e a República Democrática do Congo (Kinshasa, Lubumbashi e Matadi). Ainda no continente africano, poderão votar os angolanos residentes no Congo (Brazzaville, Dolisie e Ponta Negra) e na Zâmbia (Lusaka, Mongu, Solwezi).