A pouco mais de duas semanas para as eleições gerais, as expectativas são enormes à volta do pleito que a maioria das populações classifica como ímpares pela garantia que oferece a qualquer cidadão de escolher livremente os futuros governantes do país para um mandato de cinco anos.

Numa ronda efectuada pelo The Angola Post ao município de Cacuaco, em Luanda, foi constatado um assinalável crescimento das expectativas à volta das eleições, principalmente entre os jovens que votam pela primeira vez.
A maioria afirma estar pronta para no próximo dia 24 de Agosto exercer o seu direito de voto e desta forma escolher os futuros governantes. Jurelma Adriano, de 23 anos, que vai votar pela primeira vez, visivelmente emocionada, não conseguiu esconder a ansiedade que lhe invade, referindo que os jovens devem ser activos, principalmente, nesta época, no sentido de efectuarem um voto consciente.
“Se quisermos ver melhoradas as condições socioeconómicas do país e das populações, devemos ir às urnas no dia 24 para decidirmos em quem devemos confiar os destinos do nosso país nos próximos cinco anos, o melhor capacitado para governar Angola”, disse a jovem, acrescentando estar convicta de que nesse dia os jovens vão tomar decisões certas na escolha do melhor candidato e fortalecer cada vez mais a democracia.
Jurelma Adriano disse que vai exercer o seu direito de voto pela primeira vez, na Escola Primária 4005, no bairro dos Pescadores, arredores da vila sede de Cacuaco, na mesa número 1, e realçou que sente que cada dia que passa a pressão e a ansiedade aumentam.
Apelou aos jovens a cumprirem com zelo o seu papel de eleitor e, sobretudo, a manterem bem certa a esperança de que as eleições serão justas, ordeiras e transparentes.
Já Franklin Cabala, de 26 anos, também “bebé de primeira viagem” pelo facto de no pleito eleitoral de 2017 não ter participado, embora tivesse já idade, mas porque se encontrava no exterior por motivo de formação, disse esperar que a votação decorra num ambiente de paz, harmonia, união e alegria, tendo em conta que os partidos políticos estão a fazer uma campanha bastante competitiva.
“Falo particularmente de dois maiores partidos que existem no país (MPLA e a UNITA), cujas lideranças estão a realizar uma campanha bastante renhida na caça ao voto”, disse Franklin Artur, apelando aos eleitores a pautarem pelo civismo e procurarem saber de antemão os locais onde vão exercer o seu voto.
Manuel Miguel, de 55 anos, disse que é a quinta vez que vai votar e considera ser uma boa experiência e sem revelar em quem vai o seu voto, deixou claro que pensa escolher o candidato do partido que melhor programa de governação apresenta.
Considerou que a actual campanha, que este ano envolve oito formações partidárias, está eufórica, tendo em conta que a nível das 18 províncias a disputa tem sido ordeira e pacífica. “A experiência que carrego como eleitor, desde as primeiras eleições em 1992, é a de que as primeiras começaram bem, mas terminaram numa tragédia, não obstante terem aberto o círculo de democracia em Angola, mas de lá para cá as coisas foram acontecendo periodicamente e dentro da normalidade possível”, disse.
“Depois de 2008, o país voltou às eleições já num clima de paz, mostrando a todos que éramos capazes de levar Angola rumo à democracia”, disse, recordando que “em 2012, num clima bastante tranquilo e de harmonia, voltou-se ao voto para eleger os novos dirigentes e em 2017 a escolha de João Lourenço para Presidente da República”.