O volume de negócios das empresas egípcias em Angola aumentou, este ano, para três mil milhões de dólares, contra os 600 milhões alcançados em 2019, anunciou, em Luanda, o embaixador daquele país, Mohamed Safwat.

Mohamed Safwat, que discursou, sexta-feira, na cerimónia comemorativa do 70º aniversário da Independência Nacional do Egipto, referiu que o volume de negócios atingido, este ano, por empresas egípcias que operam em projectos de electricidade, infra-estruturas de transportes, mineração e metalurgia poderá crescer, nos próximos tempos, com o interesse que se verifica por parte dos empresários do seu país em investirem em Angola.
O diplomata considerou que a vinda a Angola, em Junho deste ano, de uma delegação empresarial egípcia especializada em vários sectores da economia real como agricultura, engenharia, construção civil, indústria transformadora e fabrico de equipamentos e montagem de automóveis para exploração de oportunidades de negócios e investimento, demonstra a vontade do Egipto de fortificar a presença no país, com o objectivo de participar de forma activa no programa de diversificação da economia.
Além disso, a visita, em Março último, do ministro das Relações Exteriores de Angola, Téte António, ao Egipto, acompanhado por uma forte delegação empresarial que assinou acordos e memorandos de entendimento, abre caminho para uma maior cooperação para o crescimento económico e comercial dos dois países.
Mohamed Safwat disse que o Governo egípcio tem acompanhado com todo o “orgulho” a evolução da economia angolana, sob a liderança do Presidente João Lourenço, em vários domínios, como o da recuperação e diversificação económica, infra-estruturas, segurança social, agricultura, industrialização, atracção de investimentos e combate à corrupção.

Integração continental

O diplomata declarou que o seu país e Angola partilham as mesmas posições nos assuntos regionais e internacionais, à luz dos entendimentos adoptados a nível da União Africana e as Nações Unidas relacionados com o desenvolvimento económico e promoção do bem-estar das populações africanas.
De acordo com Mohamed Safwat, o Egipto atribui especial importância dos eixos da Agenda 2063, da União Africana, e a Visão 2030, do seu Executivo, que passam pelo desenvolvimento sustentável de África, com alcance da integração económica, no quadro da Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZCLCA).
Indicou que a Agenda 2063, da União Africana, e a Visão 2030, do Governo egípcio, defende esforços conjuntos para o apoio a projectos de infra-estruturas em África, como os rodoviários, ligando as cidades de Cairo (Egipto) e do Cabo (África do Sul), bem como de projectos de interligação eléctrica e ferroviária, com vista a potenciar a integração continental.

Centro energético

Mohamed Safwat disse que o Egipto duplicou o tráfego de navios no Canal de Suez, neste período de crise alimentar, sobretudo de cereais, em benefício do comércio internacional e que, com as últimas descobertas de gás natural e da disponibilidade de infra-estruturas de LNG, bem como de projectos de energia renováveis, o país pode tornar-se num “centro energético” de dimensão global.
“Com a liderança do Presidente Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, o Egipto encontrou um impulso sem precedentes para o desenvolvimento do país em todos os domínios. Foram construídas novas estradas, novos caminhos-de-ferro, indústrias e fábricas, bem como cidades para albergar mais de cinco milhões de habitantes”, referiu.
O acto oficial das comemorações do Dia de Independência Nacional do Egipto contou com a participação de membros do Governo, diplomatas acreditados em Angola, empresários nacionais e outros convidados.