O projecto de construção do aproveitamento hidroeléctrico de Caculo Cabaça, no médio Kwanza, cerca de 50 quilómetros da vila do Dondo, na província do Cuanza-Norte, volta a retomar as actividades, depois da assinatura, esta segunda-feira, de um memorando de entendimento entre os representantes dos trabalhadores e o consórcio chinês CGGC (China Gezhouba Group Corporation), responsável pela empreitada.
O ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, que acompanha o processo desde que despoletou, em 2019, voltou à Caculo Cabaça, para testemunhar a cerimónia de assinatura do acordo que põem fim ao “braço de ferro”, tendo felicitado as partes pelos resultados alcançados, fruto do diálogo e “bom senso”.
Baptista Borges apelou aos representantes dos trabalhadores e do empreiteiro a manterem sempre abertas as portas do diálogo. “O diálogo é importante e esta porta não deve se fechar, para que reivindicações decorrentes e outras condições exigíveis e que concorram para melhoria das condições dos trabalhadores possam ser, também, apresentadas”, referiu, destacando a importância do Caculo Cabaça para a electrificação de Angola.
Avaliado em cerca de cinco mil milhões de dólares, a futura hídrica de Caculo Ca-baça, é parte das barragens a serem erguidas no médio kwanza, onde já estão as de Cambambe, Capanda e Laúca, as duas últimas na província de Malanje. Trata-se do maior investimento público no sector em Angola e vai produzir 2.172 megawats.
Aumento salariais, melhoria das condições laborais, alimentação e assistência médica e medicamentosa são algumas das exigências apresentadas ao consórcio num caderno reivindicativo dos trabalhadores das obras de Caculo Cabaça.
A situação havia atingido alguma gravidade, com alguns trabalhadores a partirem para a vandalização de viaturas, geradores eléctricos, materiais de escritório, frigoríficos, cabos eléctricos, portas, janelas e outros bens patrimoniais, como referia, na altura, um comunicado da Policia Nacional.