Assembleia Geral da Organizações das Nações Unidas (ONU) aprovou, segunda-feira, uma resolução que marca o dia 24 de Junho como Dia Internacional das Mulheres na Diplomacia, cujo texto foi co-patrocinado por 191 Estados-membros (o que é um recorde nessa sessão).

O presidente da Assembleia Geral, Abdulla Shahid, afirmou que é um grande privilégio ter presidido e testemunhado a adopção da data, que foi idealizada em Fevereiro em discussões com especialistas.

Para Shahid, as mulheres vêm fazendo contribuições críticas para moldar o sistema multilateral. Ele citou o papel que elas exerceram na Declaração Universal de Direitos Humanos, que foi o primeiro tratado para garantir direitos fundamentais e que devem ser universalmente protegidos.

O presidente da Assembleia Geral destacou que embora a contribuição feminina na diplomacia e na tomada de decisão seja clara, elas seguem sub-representadas nas posições diplomáticas seniores.  

Para ele, elas ainda sofrem “as heranças arraigadas do machismo, que dificultam sua ascensão profissional e obscurecem suas contribuições e conquistas”.

Assim, Shahid acredita que esse histórico ressalta a importância da adopção desta resolução. Declarou que a data será dedicada a celebrar as mulheres na diplomacia, que abriram caminhos, contribuíram em negociações de paz negociada, sobreviveram a dificuldades e perigos e facilitaram as ligações interculturais.

O presidente da Assembleia Geral afirma que, com esta resolução, é aberta uma porta para discutir os desafios que as mulheres enfrentam na diplomacia, sendo capaz de inspirar a próxima geração.

Protagonismo histórico

Shahid acredita que com frequência as mulheres são eliminadas da história. Ele afirma que seus pontos de vista devem ser contados e que os esforços na promoção da igualdade de género devem ser ampliados.

Para o líder da Assembleia Geral, não é possível promover o nível de engajamento diplomático e solidariedade global necessários para superar os desafios de hoje sem envolver as mulheres.

Desde soluções para mudanças climáticas, pandemias, violação de direitos humanos, incerteza económica, Shahid acredita que mulheres devem assumir papeis papéis de liderança, inclusive na diplomacia.

Segundo Shahid, para reverter essa injustiça, as mulheres devem ser capacitadas para seguirem carreira na diplomacia, bem como aquelas que já estão no sector devem ser apoiadas e reconhecidas para que “os tetos de vidro” sejam vencidos e elas cheguem nos níveis mais altos da diplomacia.

Finalmente, a adopção da resolução “é apenas o primeiro passo” para Shahid. “Devemos continuar a pensar no que mais podemos fazer. O que mais devemos fazer”, concluiu.