Angola e Sérvia vão reforçar a cooperação militar no domínio da formação de quadros, nos próximos anos, tendo em vista a instalação de um Centro de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico no país, anunciou, ontem, em Luanda, o secretário de Estado do Ministério da Defesa para a Indústria Militar, Afonso Neto.

Afonso Neto prestou a informação após o encontro com o co-presidente da Comissão do Comité Conjunto da Sérvia, Aleksandar Zivkovic. “Vamos trabalhar para que, nos próximos anos, seja possível consolidar a cooperação entre os dois países, com o objectivo de explorar áreas científicas fundamentais na instalação de um Centro de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico em Angola”.

Acrescentou que o país está interessado em aprofundar a cooperação com o Instituto Técnico Militar do Ministério da Defesa da Sérvia, por se afigurar um elemento fundamental para sustentar a política de desenvolvimento da indústria militar angolana.

O secretário de Estado para a Indústria Militar quer, igualmente, maior pragmatismo na concretização do programa de cooperação no domínio da formação de quadros. Este programa, disse, deve conter acções exequíveis no curto prazo, principalmente na formação de formadores que, o mais rápido possível, possam potenciar as instituições de ensino militar em Angola.

O secretário de Estado e co-presidente da Comissão da Sérvia do Comité Conjunto, Aleksandar Zivkovic, referiu que o seu país está pronto para manter esta cooperação militar com Angola, tendo garantido a disponibilidade de apoiar na formação de formadores. As conversações decorreram no âmbito da 6ª  reunião do Comité-Conjunto de Cooperação de Defesa Angola-Sérvia, que se realiza em Luanda de 19 a 21 deste mês.

Militares informados sobre as eleições gerais

O comissário nacional da Comissão Nacional das Eleições (CNE), Manuel Camati, assinalou a importância das Forças Armadas nos processos eleitorais, em obediência a preceitos constitucionais, integrando o seu efectivo num quadro operacional contextualizado às circunstâncias, “por isso a sua presença no período pré-eleitoral, durante e depois das eleições é necessária para a garantia da segurança de todos os intervenientes”.

Manuel Camati fez perceber, em termos mais directos, que os militares devem estar presentes em todas as fases das eleições gerais. “Enquanto cidadãos, os militares, na fase pré-eleitoral, são chamados a actualizar o seu registo, na fase eleitoral, a exercerem o seu direito de voto, e, na fase pós-eleitoral, devem continuar a garantir a segurança e a estabilidade das pessoas, bens e instituições”, sublinhou.

O comissário nacional da CNE procedeu as explicações de ordem técnica a efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA), na Escola Superior de Guerra, em Luanda, durante uma palestra sobre “Os militares e as eleições de 2022-direitos e deveres”, realizada na terça-feira, na sequência das Jornadas  de Exaltação e Educação Patriótica, que decorrem em todo o país.  Fez saber que, nos termos da Constituição e da Lei Eleitoral, os militares têm o direito de votar e escolher o Presidente da República, o vice-presidente da República e os deputados à Assembleia Nacional.