O Executivo angolano está empenhado na melhoria das condições de saúde, criação de infra-estruturas hospitalares e formação de quadros, para a redução da evacuação de pacientes ao exterior do país.

De acordo com a ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, que falava, ontem, em Luanda, na abertura da 1ª Conferência sobre as Juntas Administrativas,  a Junta Nacional de Saúde constitui um órgão importante do Sistema de Saúde em Angola, pelo seu carácter assistencial e seu papel no apoio às políticas sociais. 

A governante realçou que a Junta de Saúde exerce importante papel na protecção dos cidadãos em casos de doença, incapacidade laboral, invalidez ou de morte e que o Governo está empenhado em concretizar assinaláveis melhorias nas condições sociais da população, com particular destaque ao sector da Saúde.  

“Após 46 anos de evacuações de doentes para o exterior do país, que provocaram não só o afastamento dos doentes do conforto dos seus lares e famílias como elevados custos ao Estado, decidiu-se mudar o quadro existente e intensificar a melhoria da prestação de serviços e cuidados médicos e cirúrgicos de alta complexidade, o que permitiu alcançar uma gradual redução das evacuações de doentes ao exterior”, disse Carolina Cerqueira. 

O Executivo, acrescentou, tem realizado um grande investimento em infra-estruturas munidas de serviços especializados e com equipamentos modernos, particularmente para o tratamento de doenças renais, cardíacas, oncológicas, ortopédicas e oftalmológicas.

Segundo Carolina Cerqueira, pacientes com as doenças mencionadas beneficiam já de assistência no país, nomeadamente no que tange à cirurgia cardíaca, que é realizada no Complexo de Doenças Cardio-pulmonares, Cardeal Dom Alexandre do Nascimento.

Destacou, também, os casos de pacientes com insuficiência renal, que são assistidos em quatro serviços integrados nos hospitais e três centros de hemodiálise no país, tendo aumentado a capacidade de atendimento para mais 3.772 doentes por semana.

“Os doentes que necessitavam de cirurgia da anca e do joelho beneficiam já de cuidados no Hospital Américo Boavida e verificou-se, também, melhoria sensível do potencial interventivo assistencial do Instituto Oftalmológico de Angola. Importa ainda realçar que o Executivo investiu, igualmente, no enquadramento, formação e especialização de quadros”,  destacou a ministra de Estado para Área Social.

Novos quadros

Carolina Cerqueira avançou que a realização do concurso público de 2018 e 2019, onde foram admitidos 33.093 novos profissionais na carreira especial e no regime geral, permitiu o aumento de 21.152 enfermeiros, 7.038 técnicos de diagnóstico e terapêutica, 1.817 técnicos de apoio hospitalar e 1.028 técnicos de regime geral, com o enquadramento de 35 por cento do total da força de trabalho do sector e 100 por cento dos médicos formados no país. 

A governante referiu que a estratégia de investimento em infra-estruturas, recursos humanos e meios permitiu iniciar, em 2020, o processo sustentável da melhoria de governação da Junta Médica Nacional, tornando-a mais funcional, transparente, inclusiva e financeiramente sustentável.

Por seu lado, a ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, salientou que as Juntas têm como objectivo, além da parte assistencial, abordar aspectos da melhoria da saúde da população, sendo órgãos de consulta e aconselhamento do membro do Governo responsável pela área da Saúde. 

A ministra referiu que a Junta visa dar assistência no exterior do país aos pacientes com doenças que não era possível tratar no país e apoio, a nível nacional, a trabalhadores que tenham algum problema de saúde e carecem de ajuda.

“Faremos o balanço da situação actual, das medidas que estão a ser tomadas e das estratégias da refundação da Junta, para termos novas políticas de acesso e seus benefícios. É importante dizer que, fruto da situação que estamos a viver e as dificuldades na gestão do sector da Junta em Portugal e África do Sul, revertemos a situação com os  investimentos a serem feitos no Sector da Saúde”, disse a ministra. 

Sílvia Lutucuta realçou que a formação de quadros é o grande propósito do sector,  visando a melhoria da assistência à população, bem como a fiscalização da criação de farmácias e venda de materiais hospitalares.