Alemanha e Angola avançam na produção e exportação de hidrogénio verde, anunciou, quinta-feira(12), em Luanda, o ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, na abertura de um encontro bilateral consagrado a essa fonte de energia não poluente, realizado como parte dos esforços institucionais destinados a elevar a contribuição das energias limpas na matriz energética do país.
A matriz energética angolana incorpora 62 por cento de fontes limpas, mas a ambição é chegar a 70 por cento até 2025, de acordo com o ministro de Estado para a Coordenação Económica, na abertura do 1º Simpósio sobre Hidrogénio Angola/Alemanha.
Manuel Nunes Júnior reiterou os esforços do Governo para o desenvolvimento de projectos de produção de energias limpas de fontes hídricas e fotovoltaicas, com a instalação de parques solares em curso, no quadro dos compromissos assumidos para a mitigação dos efeitos das alterações climáticas.
O responsável considerou que o hidrogénio verde, enquanto fonte de energia renovável e mais sustentável, está alinhado aos objectivos da estratégia da transição energética em execução pelo Estado angolano, sob coordenação do Ministério da Energia e Águas.
Nessa acepção, notou, o simpósio ontem realizado em Luanda “abre oportunidades para a absorção de conhecimentos científicos sobre a produção e utilização deste recurso no contexto da transição energética”, permitindo “à classe empresarial nacional criar novas parcerias de negócios com os empresários alemães, incluindo a transferência de tecnologias para alavancar a indústria do país”.
De acordo com o ministro, a produção de hidrogénio verde e seus derivados, em Angola, é uma alternativa que contribuirá para a redução das emissões de gases de efeito de estufa, o que colocará o país na trajectória para neutralidade carbónica, em 2050.
O objectivo, apontou, é a redução da dependência do país do petróleo e gás, no quadro da diversificação do sector, dando início de forma tangível o de transição energética.
Impacto no país
Manuel Nunes Júnior lembrou que a mudança global de energias fósseis para limpas e renováveis, terá grandes implicações económicas para os países exportadores de hidrocarbonetos, como é o caso de Angola que, além de rica em hidrocarbonetos, possui um grande potencial em fontes renováveis, devido à posição geográfica e condições climáticas privilegiadas para a geração de energia solar, hídrica, eólica e outras.
O desenvolvimento de hidrogénio verde, adiantou, constitui um factor económico de particular importância para a diversificação de fontes de energia substitutas do petróleo, tanto para a arrecadação de divisas por via da exportação, quanto para suportar os esforços de electrificação e desenvolvimento do país.
O governante sublinhou que a sua cadeia do hidrogénio verde comporta a produção, armazenamento e distribuição, incluindo outros serviços que criam valor acrescentado para a economia nacional, além de gerar empregos.
A este respeito, destacou o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Sonangol, com a primeira fase já concluída, no Sumbe, Cuanza-Sul, a representar um instrumento essencial para o desenvolvimento de capacidades científicas que permitirão a realização de projectos de energias renováveis e de minerais do futuro, para aplicação em baterias eléctricas.
Participaram do encontro, além dos membros do Executivo e investidores, o embaixador da Alemanha em Angola, Stefano Traumann, e o director-geral de Política Externa sobre o Clima, Economia e Tecnologia do Ministério Federal Alemão das Relações Exteriores, Oliver Rentschler.