Equipamento da futura infra-estrutura de refinação petrolífera prevista para a província de Cabinda passou no “crivo” das autoridades angolanas do sector do Petrolífero e Gás, momentos depois da efectivação do “Teste de Aceitação na Fábrica”

O equipamento destinado à Refinaria de Cabinda foi já submetido, segunda-feira, em Houston, ao “Teste de Aceitação na Fábrica”, nas instalações da VFuels, empresa responsável pela sua construção e montagem, soube o Jornal de Angola de fonte oficial.

Entre outros convidados, marcaram presença no evento o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, o presidente da Sonangol, Gaspar Martins, e o presidente executivo da Gemcorp Holdings Ltd, Atanas Bostanddjev.

O “Teste de Aceitação na Fábrica” verifica e certifica que o equipamento produzido e embalado cumpre com a funcionalidade e os objectivos definidos, antes da entrega no destino, sendo um dos momentos decisivos da construção de todas as refinarias semelhantes à de Cabinda.

Entre outras inovações do equipamento, destaque para a construção de uma unidade modular de destilação de petróleo bruto de 30 mil barris por dia – a maior produzida até à data pela VFuels e também a maior unidade modular de destilação de petróleo bruto de uma só linha construída até à data a nível mundial, e que é parte integrante da Refinaria de Cabinda.

Depois da verificação, Diamantino Azevedo sublinhou que o teste era “um momento fundamental para a implementação global da estratégia definida pelo Governo liderado pelo Presidente da República, João Lourenço”, e que visa a independência do país ao nível da produção própria de produtos derivados do petróleo.

“Este é, de facto, um passo crucial, para que a Refinaria de Cabinda possa entrar em produção e, ao mesmo tempo, para a prossecução dos objectivos que definimos no início das nossas funções”, exteriorizou.

Diamantino Azevedo sustentou que o momento “é, igualmente, importante, porque confirma que demos o primeiro passo e que já vamos a meio do caminho, um caminho que iremos concluir com êxito e com o qual vamos melhorar, significativamente, os indicadores económicos de Angola e a qualidade de vida dos nossos cidadãos”.

Sonangol confiante

O presidente da Sonangol, Gaspar Martins, referiu que o acontecimento é muito importante para a estratégia de refinação do Governo, “que visa a independência do país face à importação de produtos refinados” e sublinhou que o país vai usar os recursos naturais de que dispõe, para produzir produtos refinados em solo angolano e com cidadãos angolanos.

Gaspar Martins disse ainda que “o momento a que hoje (segunda-feira) assistimos em Houston, é crucial para concluirmos a primeira fase da Refinaria de Cabinda e permite-nos estar confiantes, relativamente à conclusão da segunda e da terceira fases do projecto e à sua global implementação”.

Gemcorp alcança resultados

Atanas Bostandjev, o presidente executivo da Gemcorp, mostrou-se satisfeito com os resultados alcançados, sobretudo com o fim de uma etapa que é determinante, para que a Refinaria de Cabinda possa entrar em funcionamento durante este ano.

“A Gemcorp tem apostado em contribuir para o desenvolvimento de Angola e da sua economia, sendo a Refinaria de Cabinda um dos nossos projectos mais relevantes, uma vez que vai altear o paradigma do sector de oil&gas no país, criar emprego e gerar mais-valias para a província”, disse Atanas Bostandjev. “Sabemos, por isso, que este é o caminho certo e que a Gemcorp se manterá comprometida e empenhada com a sua conclusão em tempo oportuno”, concluiu.

Projecto de mil milhões de dólares pode processar 60 mil barris por dia

A Refinaria de Cabinda, projecto avaliado em mil milhões de dólares, terá uma capacidade instalada para processamento de 60 mil barris por dia, depois de concluídas as suas três fases de implementação. Na primeira fase contará com uma unidade de destilação de petróleo bruto, de 30 mil barris de petróleo por dia, uma unidade de dessalinização, outra unidade de tratamento de querosene, oleodutos e um terminal de armazenamento de mais de 1,2 milhões de barris de petróleo bruto.

Na segunda e terceira fases acrescentam-se mais 30 mil barris por dia à capacidade de processamento de petróleo bruto, assim como unidades de reformação catalítica, hidrotratamento e craqueamento catalítico, que devem transformar a Refinaria numa infra-estrutura de conversão total. Depois de implementada na totalidade e de completamente operacional, a Refinaria de Cabinda vai produzir gasolina, gasóleo, GPL (gás liquifeito), óleo, combustível, Jet A1 e querosene.

Ao longo do processo estima-se que sejam criados 1.300 postos de trabalho, entre as fases de construção, montagem e operacionalização do empreendimento, maior parte dos quais a serem encontrados entre a mão-de-obra da província.

O projecto representa um passo fundamental para o desenvolvimento económico de Angola, uma vez que o aumento da capacidade interna de processamento de petróleo bruto reduz a dependência do país às importações e contribui para uma considerável economia de divisas.

Igualmente, trata-se de um exemplo relevante de cooperação internacional para o desenvolvimento e de especialização tecnológica entre os Estados Unidos e Angola. A Gemcorp Holdings Ltd. e a Sonangol são os investidores e os donos do projecto e a OEC Angola é o empreiteiro responsável pela construção das infra-estruturas, necessárias para a instalação e montagem da Refinaria de Cabinda na comuna de Malembo.