A Campanha Florestal 2022 prevê atingir uma produção de 185 mil metros cúbicos de madeira, superando os 171.900 metros cúbicos orientados para o ano passado, mas que acabaram por ficar nos 154.200 metros cúbicos, aproximadamente 89,7 por cento da actividade de exploração que foi prevista.

O secretário de Estado para Florestas, André de Jesus Moda, informou que a quota de produção pretendida para a presente época florestal marca o inicio de uma nova estratégia de exploração de madeira, que vai ditar formas mais aceitáveis no exercício da actividade florestal, com base no Decreto Presidencial n.º 171/18, de 23 de Julho, que aprova o Regulamento Florestal e estabelece os procedimentos de acesso e utilização dos recursos florestais.

André de Jesus Moda, que discursou na cerimónia de abertura da Campanha Florestal 2022, que oficialmente ontem teve início e termina a 31 de Outubro, apontou que, este ano, o Executivo espera arrecadar mais receitas, ao contrário do que aconteceu com as campanhas anteriores e que foram marcadas por uma excessiva pressão sobre os recursos florestais, com atitudes que influenciaram o garimpo, a exploração ilegal, a fuga ao fisco e a perda de recursos financeiros para o Estado.

“O respeito às regras de utilização sustentável dos recursos florestais deve constituir uma obrigação de cada cidadão e das empresas licenciadas para a actividade de exploração”, indicou, apelando a necessidade do aprofundamento de conhecimentos em matéria de exploração de madeira, com base a Lei de Bases de Florestas e Fauna Selvagem e do Regulamento Florestal.

O governante lembrou às empresas madeireiras que continua em vigor a suspensão no país do corte da espécie Mussivi, bem como a melhor inventariação e avaliação do actual estado de conservação dessa cobiçada espécie madeireira. André de Jesus Moda indicou que a comercialização interna ou externa da Mussivi só será permitida após a sua transformação em peças.

Estão licenciadas para a Campanha Florestal 2022 cento e trinta empresas das províncias de Bengo, Cabinda, Malange, Moxico, Cuanza-Sul, Cuanza-Norte, Lunda-Norte e Lunda-Sul.

ANIMA fala em sucesso

De acordo com o presidente da Associação dos Madeireiros e Industriais de Angola (ANI-MA), Óscar Silva, a abertura da campanha florestal de 2022 cumpre com as datas prevista por lei e essa realidade permite que as empresas se organizem melhor e programem a produção, respeitando assim os compromissos que têm com os clientes e com as instituições bancárias.

“O novo regulamento florestal permitirá o melhor enquadramento da actividade de exploração florestal no país e desafios que passam pela industrialização e transformação, dando um valor acrescentado à madeira explorada em Angola”, disse Óscar Silva, para quem, apesar do conflito que opõe a Rússia e a Ucrânia estar a afectar de forma negativa a economia mundial, o sector da madeira vai dinamizar a economia africana.