A produção angolana de raízes e tubérculos aumentou 2,7 por cento no ano passado, passando de 11,72 milhões de toneladas, na campanha agrícola 2019/2020, para 12,45 milhões, na campanha 2020/2021, anunciou o director nacional da Agricultura, Fernando André.
Essa produção representa um crescimento da produção de 723 707 toneladas de raízes e tubérculos de maior oferta no mercado nacional, como batata-doce e rena, mandioca, inhame e outras espécies, afirmou Fernando André num seminário consagrado à agricultura e agro-indústria.
A produção de frutos cresceu ligeiramente de 5,57 milhões de toneladas, na campanha 2019/2020, para 5,68 milhões de toneladas, em 2020/2021, o que representa um aumento de 1,8 por cento, enquanto a de hortícolas passou de 1,99 milhões de toneladas, para 2,90 milhões, mais 0,9 por cento.
A produção de cereais caiu em 2,6 por cento, ao sair de 3,38 milhões de toneladas, 2,99 milhões, disse Fernando André, notando que o ano agrícola 2020/2021 foi caracterizado por desafios que tiveram impacto no resultado da produção, sendo, mesmo assim, possível alcançar níveis de produção satisfatórios quando comparado com o ano agrícola 2019/2020.
De acordo com o director nacional da Agricultura, em algumas culturas, o país produz suficiente para suprir as necessidades primárias de alimentação das famílias, com o défice a incidir sobre a produção de cereais para a alimentação humana, bem como para ração animal e a aquicultura.
O representante do Grupo Técnico Empresarial (GTE), Carlos Cunha, considerou terem registado melhorias em aspectos que dificultavam as operações agrícolas, como é a cobertura da procura de adubo.
O empresário referiu que, embora a situação do adubo tenha sido mitigada, ainda é notória a burocracia no processo de concessão de crédito para o agronegócio, que dificulta as actividades do sector.
A produção agrícola do ano passado seguiu a tendência de ligeiro crescimento observada em 2019/2020, quando, apesar da seca, os dados estatísticos mostram uma evolução positiva em todas as fileiras, com destaque para os cereais, em que a produção expandiu em 5,6 por cento, raízes e tubérculos, 6,2, leguminosas e oleaginosas, 5,5, fruta, 5,0 e hortícolas, 3,5.
Naquele período, de acordo com estatísticas do Ministério da Agricultura e Pescas, o país produziu um total de três milhões de toneladas de cereais, numa área de 3,1 milhões de hectares, com o milho a liderar o plantio e as colheitas.