A economia angolana deverá crescer, em 2022, 2,9 por cento, afirma o Banco Mundial (BM) no relatório “Africa’s Pulse” publicado esta quarta-feira, a partir de Washingtown, nos Estados Unidos da América.

A região Subsaariana fica nos 3,6 por cento, contra a previsão inicial de 4,0 por cento, numa desaceleração justificada em consequência do conflito Rússia – Ucrânia.

De acordo com o documento do Banco Mundial, a África do Sul cresce 2,1 por cento e a Nigéria 3,8 por cento, sendo a Costa do Marfim a economia da África Ocidental de mais rápido crescimento, em previsão, com 5,7 por cento.

A maior economia da África Oriental, no caso o Quénia, deve expandir-se 5,0 por cento.

O Banco Mundial disse que a estimativa de crescimento actualizada para o ano passado foi impulsionada por aumentos de 1,2 e 0,3 por cento nos números de 2021 para Nigéria e África do Sul, embora tenha alertado para um crescimento “lento” em andamento na Nigéria, África do Sul e Angola.

Conforme refere a Reuters, a guerra na Ucrânia pioraria os factores que impedem a recuperação da África da pandemia de coronavírus, apesar das pequenas ligações económicas directas, disse, devido aos preços mais altos das commodities, à política monetária global mais apertada e à queda nos fluxos financeiros estrangeiros.

“A economia da África Subsaariana deve crescer 3,6 por cento este ano, abaixo dos 4,0 por cento em 2021, disse o Banco Mundial nesta quarta-feira, alertando que o aumento dos preços de alimentos e energia alimentados pela guerra da Rússia na Ucrânia pode desencadear distúrbios civis na região”, lê-se.

Embora tenha actualizado a previsão para este ano em 0,1 ponto percentual e dito que o crescimento do ano passado superou as previsões iniciais, o banco disse que a inflação na região deve acelerar para 6,2 por cento este ano, ante 4,5 por cento em 2021.

“O maior impacto (da guerra) está na crescente probabilidade de conflitos civis como resultado da inflação alimentada por alimentos e energia em meio a um ambiente de maior instabilidade política”, disse o Banco Mundial no último relatório Africa’s Pulse.

Segundo o BM, a parcela de países da África Subsaariana classificados como de alto risco de sobreendividamento aumentou para 60,5 por cento, de 52,6 por cento em Outubro de 2021.

Alerta, de igual modo, que os mecanismos de alívio e resolução da dívida existentes foram insuficientes para reduzir os níveis da dívida”, disse o relatório, divulgado antes das Reuniões de Primavera do Fundo Monetário Internacional na próxima semana.

“As melhorias são muito necessárias para evitar uma grande onda de crise da dívida entre os países em desenvolvimento, particularmente os países da África Subsaariana.”

Segundo o “Africa’s Pulse”, o Ghana, cuja moeda caiu 17,9 por cento em relação ao dólar este ano, “lidera o caminho” em relação a preocupações com a sustentabilidade da dívida dos países. Todavia o Banco Mundial também prevê um crescimento de 5,5 por cento para o país em 2022.

Recorda que o governo de Ghana disse que não vai buscar ajuda do FMI.

Além da região, Sri Lanka, Egipto e Tunísia solicitaram assistência da organização congénere do Banco Mundial desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, o que tem causado picos de preços de alimentos e das commodities.