A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, deslocou-se, este sábado (9), a Cabinda, onde avaliou o funcionamento do sector e constatou o estado de execução das obras, em fase final, do futuro Hospital Geral local, a entrar em funcionamento em breve.

Momentos após a sua chegada à Cabinda, Sílvia Lutucuta e a delegação que a acompanhava reuniram-se com membros do governo da província e, posteriormente, deslocaram-se ao futuro Hospital Geral de Cabinda. O empreendimento, a ser construído de raiz, está na localidade de Chibodo II, 13 quilómetros a Nordeste da cidade.

A ministra constatou, ao detalhe os trabalhos finais de montagem dos equipamentos e de outras condições técnicas e tecnológicas que vão garantir o bom funcionamento daquela que vai ser a maior unidade sanitária da província, com capacidade de 110 camas para internamento.

A delegação da ministra Sílvia Lutucuta foi integrada pelo secretário de Estado para a Área Hospitalar, Leonardo Inocêncio, quadros seniores do Ministério e médicos de nacionalidade cubana de diversas especialidades, que vão integrar o corpo clínico do futuro Hospital Geral de Cabinda.

O secretário provincial da Saúde, Rúben de Fátima Buco, reconheceu, ao Jornal de Angola, a importância do futuro Hospital Geral de Cabinda, quer para os quadros que nele vão funcionar, quer para a própria população que, a partir dessa unidade sanitária, dotada de muitas valências médicas, passará a ser assistida em melhores condições, deixando de se deslocar para outros pontos do país ou mesmo ao Congo Brazzaville e à República Democrática do Congo.

“Esse hospital vai reduzir o custo de sofrimento da nossa população. É uma tamanha infra-estrutura hospitalar já mais vista na província, desde o alvorecer da Independência Nacional. É um hospital de grande dimensão e que não tem nada a ver com muitas unidades sanitárias, até mesmos nos países do primeiro mundo” reiterou o também médico de clínica geral.

Rúben Buco salientou que, com o Hospital Geral, Cabinda também vai poder fazer, localmente, o diagnóstico de patologias complexas que, anteriormente, não até ao momento não era possível, por insuficiente de meio técnicos e tecnológicos.

Exemplificou o caso da anatomia patológica, serviços especializados para feitura de biopsias (exames) para avaliar as várias etapas de um tumor, que até agora apenas são feitos em Luanda.

Rúben Buco referiu-se, igualmente, aos exames de ressonância magnética de referência “Primax CL”, que também passarão a ser feitos no Hospital Geral de Cabinda, com recurso a um equipamento dotado de uma tecnologia de última geração, “o primeiro do género em África”.

Quanto a componente de recursos humanos especializado, garantiu estar tudo acautelado. Informou que, na fase inicial de funcionamento, o hospital vai contar com 21 médicos, dos quais 18 cubanos com diversas especialidades e três nacionais, nomeadamente um ortopedista e igual número de cirurgião e nefrologista. 

Outros especialistas

Além do número de médicos especialistas atrás referido, o secretário provincial da Saúde informou que, localmente, foram seleccionados mais 30 especialistas em medicina geral que vão contribuir, não só na assistência médica aos pacientes, mas, também, na vertente formativa, no regime de internato.

“Com isso, vamos evitar que os nossos médicos deixem a região para outros pontos do país ou mesmo ao exterior para fazerem a especialidade”, disse.

O Hospital Geral de Cabinda, acrescentou, vai contar, também, com um corpo de 300 enfermeiros, maioritariamente provenientes de outras províncias e um número previamente indicado de técnicos de diagnósticos e terapêutica, maqueiros, motoristas, vigilantes, assim como pessoal administrativo. No total o efectivo será de mais de 300 trabalhadores.

Estrutura técnica do hospital

As obras de construção do futuro Hospital Geral de Cabinda iniciaram em 2017 e são de arquitectura moderna, baseadas em normas e referencias britânica e francesa.

A estrutura de oito pisos foi erguida numa área de 50 mil metros quadros e custou 165,2 milhões de dólares, dos quais 85 por cento são de financiamento externo e o restante suportado pelo Estado.

O futuro Hospital Geral de Cabinda tem um laboratório com equipamentos de alto nível para o diagnóstico de diversas patologias, área de armazenamento de medicamentos, morgue, consultas externas bem como de acompanhamento de doentes atendidos em regime ambulatório.

Também dispõe de um piso destinado aos serviços de emergências, onde se incluem as áreas contra incêndio e de geração de energia, que dispõe de quatro grupos geradores de 1000 KVA cada.

A unidade sanitária vai assegurar ainda o processo de formação prática de estudantes do curso Medicina, Psicologia Clinica, Enfermagem e de outras especialidades de saúde.