Operadores de transporte de mercadorias e agricultores, afectos à diversas cooperativas de camponeses, na província do Huambo, consideram “passos certos e seguros” a entrega de carrinhas, iniciativa do Executivo, para reforçar o processo de escoamento dos produtos agrícolas, para os principais centros de consumo do país.
Augusto Samutangue, da cooperativa Passuka, da comuna da Chilata, município do Longonjo, que beneficiou, segunda-feira, de uma carrinha, das trinta e três previstas para a província do Huambo, assegurou estarem, a partir de agora, criadas as condições para, na altura da colheita, escoarem quantidades consideráveis de produtos, evitando, assim, que se estraguem no campo.
“É, de facto, um incentivo importante, que, a curto prazo, vai permitir alargar as zonas de cultivo, ficando para trás o triste cenário de assistirmos, em determinadas regiões, toneladas de batata-rena e outros produtos a se deteriorar, por falta de escoamento para a cidade, por inexistência de transporte”, destacou.
Prometeu apoiar outros camponeses a escoar os seus produtos para os principais centros de consumo, acrescentando que, “com a união de todos”, é possível “inundar o mercado local e outros pontos do país” com quantidades suficientes de bens do campo.
“O Governo atendeu uma das dificuldades que nos afligia, para que o fruto do nosso trabalho não continuasse a se deteriorar. Esperamos, uma vez que a comuna produz quase tudo, ajudar no desenvolvimento da província e do país”, disse.
Na cerimónia de entrega das dez primeiras carrinhas de carga, o secretário de Estado para o Comércio frisou que o projecto visa dinamizar a cadeia de distribuição nacional, através do escoamento de bens do campo, e aumentar a oferta de produtos agro-pecuários, abrindo espaço à indústria transformadora do país, de modos a diminuir as importações e diversificar as exportações.
Amadeu Nunes assegurou que a entrega dos meios vai propiciar o desenvolvimento da cadeia de distribuição rural, tendo em conta que noventa por cento de produtos do campo que chegam à mesa dos angolanos são provenientes da agricultura familiar, pelo que, disse, ser justificável a necessidade de incentivar os camponeses a produzirem cada vez mais, por intermédio de programas que elevem as colheitas.
O potencial da produção agro-pecuária, destacou, exige que se crie uma rede de armazenamento e processamento, a fim de atender as áreas do Comércio e Indústria e para que se possa fazer o melhor acompanhamento e aumentar a capacidade de escoamento da produção local.
A implementação de armazéns rurais integrados e aquisição de mil motorizadas de três rodas, para o transporte de produtos em comunidades de difícil acesso fazem parte dos projectos em carteira, segundo o secretário de Estado do Comércio, assegurando que os mesmos abrangerão todas as províncias do país, augurando a criação de cerca de dois mil empregos.
Francisco Jamba Kata, vice-governador para o Sector Político, Económico e Social, aconselhou aos beneficiários “cuidado na conservação das viaturas” e cumprimento do período de reembolso acordado entre as partes, por serem meios, disse, que servirão de ligação entre os produtores e o centro da cidade, onde existe o maior número de consumidores.
Os agentes económicos vão desembolsar, pela recepção das carrinhas, nove milhões e 600 mil kwanzas, num período de quatro anos, através de um mecanismo de subvenção do Governo, a fim de garantir, em todos os municípios da província, o escoamento dos produtos do campo para os principais centros de consumo.