A moeda nacional – o Kwanza, valorizou-se 23 por cento face à moeda norte-americana, com o dólar a custar 449,80 kwanzas, no final de Março, quando a 1 de Janeiro valia 554,90 kwanzas.
De acordo com a análise feita pela Lusa aos câmbios oficiais do Kwanza, a moeda angolana tem conhecido uma valorização consistente, desde o início do ano. Segundo a agência Lusa, tal recuperação tem sido impulsionada pela subida dos preços do petróleo e tem motivado diversas implicações positivas nos indicadores económicos do país.
Numa entrevista à agência de informação financeira Bloomberg e, em meados de Março, o governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, admitiu que o valor actual, a rondar os 450 kwanzas por dólar, “está equilibrado; temos estado a assistir a um aumento na confiança na moeda, gerando consideráveis ganhos para o Kwanza”.
O governador confirmou que o equilíbrio do Kwanza tinha sido reposto, ao se referir à diferença que existia entre a cotação da moeda no mercado formal e no informal, com diferença que podia ir até 150 por cento, “mas que agora está praticamente anulada”.
O Kwanza está a ganhar valor, devido à melhoria da previsão de evolução da economia de Angola e à liberalização parcial da taxa de câmbio, argumentou o governador, referindo-se à medida tomada em 2018 e que, na prática, desindexou o Kwanza ao dólar, o que causou, nos anos seguintes, uma depreciação de mais de 80 por cento.
A medida, disse José de Lima Massano, era necessária, para eliminar “grandes disfuncionalidades e desequilíbrios no mercado cambial angolano”, mas teve como efeito a perda do poder de compra e a subida do rácio da dívida pública face ao PIB (produto Interno Bruto), já que uma boa parte da dívida de Angola foi emitida em dólares.
Além do fortalecimento do Kwanza face ao dólar, nos últimos meses, e do aumento das receitas fiscais por via do aumento do preço do petróleo, “os consumidores também estão a ser beneficiados pela decisão do Governo, em Outubro de 2021, de cortar a taxa de IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) dos bens essenciais, de 14 para 7,00 por cento”, segundo os analistas da Oxford Economics Africa, numa nota recente sobre a evolução da moeda angolana.