O forte crescimento do sector não petrolífero e a tendência da estabilização dos níveis de produção petrolífera são os principais fundamentos da inversão da trajectória recessiva da actividade económica alcançada em 2021, afirmou, ontem, em Luanda, o ministro da Economia e Planeamento.
Mário Caetano João, que falava numa conferência de imprensa para a apresentação das contas nacionais referentes ao quarto trimestre do ano passado, referiu que, em 2021, houve um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 0,7 por cento, após cinco anos consecutivos de recessão.
O ministro informou que, no período em referência, o PIB cresceu 2,2 por cento em termos homólogos e 1,6 por cento, comparativamente ao terceiro trimestre do mesmo ano.
Segundo Mário Caetano João, registou-se uma menor contracção nos níveis de produção de petróleo bruto, 2, 8 por cento, em termos homólogos, evidenciando uma fase de estabilização do desempenho do sector, com tendência de recuperação este ano. Estes números tiveram em conta os níveis de produção relativos a Janeiro e Fevereiro do ano em curso, representando um crescimento de 4,9 e 1,8 por cento, respectivamente.
O sector da Agricultura teve a tendência de recuperação observada desde o primeiro trimestre de 2019, registando-se uma taxa de crescimento homóloga de 3,4 por cento no quarto trimestre de 2021, impulsionada pelo aumento dos níveis de produção do arroz (133%), milho (13,9%), massango (36%), massambala (52%) e mandioca (1,0%).
Na actividade pecuária, registou-se um aumento na produção de frangos (52%), carne bovina (40%) e caprina (62%).
No sector das Pescas, manteve-se a tendência de crescimento iniciada no quarto trimestre de 2020, em virtude do aumento da pesca industrial, semi-industrial (44%) e artesanal marítima (21%), além do crescimento de 2,0 por cento, em termos homólogos, registado na aquicultura.
“O desempenho do sector é reflexo da melhoria no processo de registo e tratamento de dados referentes aos níveis de capturas, consubstanciado no aumento da abrangência dos níveis de produção, cumprimento dos regulamentos e licenças para o exercício da actividade pesqueira, o limite do esforço de pesca e as condições técnicas e higieno-sanitárias na manipulação do pescado”, referiu.
O sector da Indústria, segundo Mário Caetano João, registou um crescimento de 3,2 por cento em termos homólogos, influenciado pelo aumento da produção de farinha de milho (5,7%), açúcar (7,0%), cervejas (2,0%), refrigerantes (13%), água de mesa (3,0%), sumos (6,0%), detergentes (21%) e colchões (11%).
Registou-se um crescimento notável no sector do Comércio, com 2,4 por cento, devido ao crescimento das importações – cerca de 20 por cento -, assim como o desempenho dos sectores das pescas (37,7%), agricultura(3,4%) e indústria (3,2%).
O quarto trimestre de 2021 ficou, ainda, marcado por um crescimento de 39 por cento no sector dos Transportes, retomando a trajectória de crescimento do período pré-pandémico, em função da flexibilização das medidas de interdição à circulação interprovincial.