A ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, anunciou, durante um encontro com o embaixador dos EUA, Tulinabo Mushingi, que o Governo já canalizou mais de 850 toneladas de bens alimentares para acudir as populações afectadas pela seca, e recebeu garantias da implementação de um programa nutricional, com a distribuição de merenda nas escolas à base de nutrientes enriquecidos.

O diplomata não avançou datas, mas fez questão de realçar que a intenção do seu país consta de um “leque de iniciativas políticas, entre as quais, se destacam o reforço do apoio ao programa de combate à Covid-19”.
Este entendimento decorre do facto de Angola e os Estados Unidos terem assinado, em 2010, um acordo de parceria estratégica e cooperação em vários domínios, com realce para o comércio, as finanças, a energia, indústria transformadora, segurança, saúde e justiça, tendo motivado o encontro de trabalho, na quinta-feira, durante o qual as partes analisaram o estado actual da cooperação.

Neste particular, a ministra de Estado ressaltou a necessidade de ampliação do apoio ao combate à seca na região Sul, para reforçar os projectos estruturantes e programas sociais e de resiliência em curso, a fim de se atender milhões de pessoas, particularmente crianças, mulheres e idosos das zonas afectadas.

As famílias passam, por essa altura, por grande carência alimentar, tendo em conta a situação de vulnerabilidade a que estão sujeitas. O combate à Covid-19, no âmbito do programa COVAX, à malária e outras doenças contagiosas, como o verme da Guiné, que têm vindo a receber apoio directo dos Estados Unidos, foram, segundo a nota de imprensa que o Jornal de Angola teve acesso, afloradas durante o encontro.

A ministra de Estado para a Área Social identificou, igualmente, as áreas da investigação científica, do apoio em formação e capacitação de especialistas, particularmente no domínio da formação técnico-profissional, de vigilância epidemiológica e em laboratórios, como sendo de grande importância no aperfeiçoamento do apoio específico nessas matérias.

Carolina Cerqueira destacou as iniciativas do Executivo, desenvolvidas na linha das políticas para melhorar a condição social das famílias, como os programas de transferências monetárias-Kwenda, Me-renda Escolar, PIIM e o em-poderamento das mulheres, assim como as acções de grande impacto na distribuição de bens alimentares e meios de biossegurança e apoio com medicamentos e vacinação às comunidades afectadas pela seca.

A construção de grandiosas infra-estruturas como o canal do Cafu, barragens e reservatórios de água no Sul do país, para mitigar a carência de água e proporcionar o bem- estar às populações, constaram da apresentação das acções implementadas pelo Executivo. “A prioridade do Executivo é garantir que estas populações tenham o mínimo necessário, enquanto se edificam infra-estruturas capazes de dar resposta à problemática da seca severa existente na região ”, assegurou Carolina Cerqueira.

No plano político, a ministra de Estado agradeceu o empenho do Governo norte-americano em colaborar para o desenvolvimento do país, tendo sublinhado o compromisso do Executivo em preservar a paz, conquistada há 20 anos, e prosseguir os esforços para o desenvolvimento duradoiro da justiça e inclusão social de todos os angolanos, como forma de garantir o bem-estar dos angolanos.

Durante a audiência, as duas entidades abordaram questões relacionadas com o grau de execução de programas a favor das populações vulneráveis, apoio face à crise sanitária provocada pela Covid-19, recuperação económica pós -pandemia, o combate à seca no Sul do país e apoio aos refugiados da RDC, localizados no Luvo, província da Lunda Norte, assim como a preparação das próximas eleições em Angola.

Estados Unidos mantêm o apoio

O embaixador norte-americano, Tulinabo Mushingi, adiantou que o seu país vai continuar a trabalhar com o Governo angolano em questões ligadas à assistência em segurança alimentar e medicamentosa, recuperação económica, apoio à promoção dos direitos humanos, à boa governação e no acompanhamento das questões do ambiente e mudanças climáticas.

Este compromisso estende-se, ainda, ao combate ao terrorismo e às ameaças de crises sanitárias, à recuperação económica pós-Covid-19 e ao desenvolvimento sustentável, como factor de paz e de estabilidade, apontadas pelo embaixador Mushingi como de grande prioridade na agenda da Administração do Presidente Joe Biden.

Os Estados Unidos estão disponíveis para continuar a apoiar Angola e reforçar a cooperação no domínio económico e financeiro. Nesse sentido, o diplomata fez questão de realçar que o combate à corrupção, o reforço da democracia, a prosperidade e a paz são domínios que o Executivo angolano tem priorizado. Reafirmou a disponibilidade do seu país em manter a cooperação com as autoridades angolanas, com vista à “promoção de uma sociedade mais coesa, inclusiva e justa para todos os angolanos”.

Em relação às próximas eleições gerais, o embaixador norte-americano,  Tulinabo Mushingi, disse “augurar que as mesmas decorram num clima de paz, de transparência, isenção e de justiça”.