Militantes da UNITA, munidos de objectos contundentes, como pedras, paus, facas e catanas, atearam fogo ao Comité Municipal do MPLA em Sanza Pombo, província do Uíge, causando feridos graves e a destruição completa da sede, em consequência de um aparente cruzamento entre marchas das duas forças políticas numa das principais vias do município.

As actividades partidárias, justificadas como causadoras do confronto, foram autorizadas pela Administração Municipal de Sanza Pombo e, a certo ponto do percurso, cruzaram-se, desprevenidamente, provocando um “choque brutal” entre os militantes, derivando na irá dos “fiéis” da UNITA, tendo estes, em acto descontrolado, desferido um ataque ao Comité do MPLA, causando danos sem precedentes nos últimos anos na região.

O primeiro- secretário provincial do MPLA no Uíge, José Carvalho da Rocha, condenou veemente o acto de vandalismo contra o Comité Municipal do MPLA em Sanza Pombo, por militantes da UNITA. O secretário provincial da UNITA, Félix Simão Lucas, reconheceu que tais actos “não ajudam à coabitação política”, tendo aconselhado, por isso, os militantes e simpatizantes da UNITA a “absterem-se de práticas reprováveis e perigosas, para se dar lugar à política serena, democrática e pacífica”.

A Polícia Nacional não avançou quaisquer detenções, mas promete pronunciar-se nas próximas horas.

Indignação e repulsa

O nacionalista Jorge Valentim, também condenou o acto perpetrado por militantes da UNITA, tendo questionado se em 20 anos de paz ainda se justifica no país acções como estas produzidas em Sanza Pombo. “Estes actos são condenáveis. Não têm razão de ser. E são contra o espírito de reconciliação nacional, fruto de um árduo trabalho, tanto do lado do Governo, como do lado da UNITA, nos acordos de Bicesse e de Lusaka, e, nós pensamos, agora, que isto é uma provocação inaceitável”, lamentou o nacionalista.

O analista político Manuel Fernades reprova os actos de vandalismo praticados por militantes da UNITA em Sanza Pombo, província do Uíge, que provocaram feridos graves e a destruição do Comité Municipal do MPLA. “Devemos condenar, enquanto membros desta sociedade, os acontecimentos verificados em Sanza Pombo”, sentenciou. “Perguntamos o que a UNITA pretende com tudo isto, qual é a mensagem que querem passar para os seus militantes?”, questionou   Manuel Fernandes, recordando que acções como estas foram  verificadas no passado e nos levaram à guerra.

Milonga Bernardo, outro analista,  reprova os actos inaceitáveis. “Os actos ocorridos na província do Uíge, são de todo reprováveis, repugnantes e inaceitáveis”, afirmou. “É importante fazermos um apelo de pedagogia que, efectivamente, os partidos têm de contribuir para a educação patriótica e cívica dos militantes e dos cidadãos”.