A 35ª Sessão Ordinária Anual de Chefes de Estado e de Governos da União Africana confirmou, domingo (06), a realização, em finais de Maio, da Cimeira sobre o Terrorismo em África, proposta por Angola há dois anos.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Téte António, a Cimeira de Malabo vai discutir, também, o extremismo violento e a questão dos golpes de Estado no continente. A 35ª Sessão Ordinária Anual de Chefes de Estado, segundo o ministro, vincou a necessidade da “soberania farmacêutica”  visando a produção de medicamentos para o continente.

O último dia da  Cimeira foi marcado com um forte debate sobre a situação na Palestina. O Primeiro-Ministro palestiniano, Mohammad Shtayyeh, apelou, no sábado, para a retirada do estatuto de observador que o Presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki, concedeu, em Julho passado, a Israel.

Mohammad Shtayyeh justificou que Israel não merece este estatuto, devido aos abusos que tem cometido contra a Palestina.

A este respeito, o ministro das Relações Exteriores disse que foi criado um Comité de Chefes de Estado para analisar o assunto e encontrar uma solução consensual. O  Chefe de Estado senegalês, Macky Sall, que assumiu a presidência rotativa da organização, definiu como prioridades a paz, a segurança, o comércio inter-africano, a transição energética e a boa governação.

“Não é possível desenvolver a integração sem paz. Registamos progressos na integração, mas ainda há um longo caminho a percorrer”, referiu. A 35ª Sessão Ordinária Anual de Chefes de Estado e de Governos decorreu sob o lema “Construir resiliência na nutrição no continente: acelerar o capital humano e o desenvolvimento social e económico”. O tema da Cimeira demonstra a preocupação dos líderes africanos com o agravamento da situação alimentar no continente.

O ministro da Agricultura e Pescas, António Francisco de Assis, disse que as questões abordadas, em relação à matéria, estão em consonância com o programa do Governo angolano. Em declarações à imprensa, em Addis Abeba, o ministro disse que se trata de acções viradas para a segurança alimentar, produção nacional, empoderamento das mulheres e da juventude, visando melhorar as condições de vida das populações.

A propósito, a secretária executiva das Nações Unidas, Vera Songwe, descreveu um quadro dramático da situação alimentar no continente.

Durante os debates da reunião do Conselho Executivo da União Africana, Vera Son-gwe referiu que as economias africanas perdem, anualmente, entre 3% e 16% do Produto Interno Bruto (PIB) devido à desnutrição.

Vera Songwe sublinhou que o investimento em nutrição tem um fundamento económico. “Cada dólar investido na redução da desnutrição crônica infantil gera um retorno de cerca de 16 dólares”, referiu. A secretária executiva lembrou que a desnutrição afecta o desenvolvimento da criança, a força de trabalho e as economias, chamando atenção para os Governos inverterem a situação.