A consultora Oxford Economics Africa considerou hoje que Angola poderá beneficiar de mais melhorias na avaliação do crédito soberano pelas agências de ‘rating’, mas alertou para a necessidade de controlar a despesa em ano eleitoral.

“Desde que os preços do petróleo permaneçam estáveis e o governo continue com uma despesa orçamental prudente, antecipamos que Angola pode ter mais subidas no ‘rating’ nos próximos 12 a 18 meses dadas as nossas previsões de uma subida da produção de petróleo e aumento do crescimento económico neste período”, lê-se num comentário dos analistas.

A análise, enviada aos investidores, surge poucos dias depois de a Fitch Ratings ter subido a avaliação sobre a qualidade do crédito de Angola em dois níveis, de CCC pra B-.

“Um risco relativo a esta nossa previsão de melhores métricas orçamentais a curto prazo é se o crescente descontentamento com o actual Governo e a conclusão do programa com o Fundo Monetário Internacional levarem a uma despesa pública excessiva nas vésperas das eleições deste ano”, alertam os analistas da Oxford Economics Africa citados pela Lusa.

As receitas do petróleo subiram significativamente desde o início de 2021, “melhorando dramaticamente a posição orçamental de Angola”, lembram os analistas, vincando que apesar da queda na produção, a subida dos preços levou a que a receita subisse mais de 60% no ano passado, fazendo o saldo orçamental passar de um défice de 1,7% em 2020 para um excedente de 2,9% no ano passado.