O empresário Mevin Maxwel, representante de Washington DC ao Fórum de Investimentos Angola – Estados Unidos da América, realizado, terça-feira (horário de Angola), na Cidade de Houston, manifestou a abertura dos afro-americanos e das empresas do seu país em levar os negócios para o mercado angolano.

Mevin Maxweel participou na mesa-redonda sobre “Oportunidades de Investimentos”.
Na ocasião, disse existir, historicamente, fortes laços culturais entre angolanos e afro-americanos, razão pela qual sentem o dever natural de voltar à casa.

“Há uma imersão cultural e um profundo respeito pela cultura e pela história de Angola. Como vocês sabem, é um dos reinos centrais de África e nós, como afro-americanos, escravizados há 400 anos, agora estamos a voltar para lá e, por isso, estou tão feliz por fazer parte desse fórum”, disse.

De acordo com o homem de negócios, “precisa-se de mais formulários de negócios, o que espero ajudar a fazer em Washington DC, onde estamos sediados. Ainda assim, esta é uma iniciativa que precisamos desenvolvê-la por todo o país, para levarmos os negócios afro-americanos para Angola. Este é um momento fértil para nós afro-americanos e as empresas americanas”.

Por sua vez, o director de Comércio e Assuntos Internacionais do Governo de Houston, Chris Olson, disse no Fórum que Angola precisa tirar maior vantagem de algumas oportunidades das zonas de livre comércio para manufactura avançada, podendo, por essa via, ser capaz de criar maiores capacidades e agregar valor ao país para às exportações e desenvolvimento dos sectores da Agricultura e Saúde.

“Há uma grande oportunidade de crescer. Essa oportunidade é forte e está assim há muito tempo. Houston e Luanda têm sido parceiros de energia a nível mundial como cidades irmãs. Portanto, as parcerias e o relacionamento já existem. É uma questão de aproveitarmos essas novas oportunidades que existem e preenchermos as lacunas de capacidade, onde há um grande potencial não só para o aumento do comércio, mas também para aqueles laços de pessoas com pessoas para um melhor intercâmbio cultural e compreensão”, disse Chris Olson.

Para o governante americano, as oportunidades de negócios entre as cidades é ainda baseadas no sector petrolífero, mas há também uma grande oportunidade fora deste sector.
“Foi dito pela Chevron que há oportunidades crescentes no gás natural e à medida que nos expandimos para as energias renováveis, isso certamente será capaz de preencher a lacuna e lidar com parte da actual deficiência energética existente”, assumiu o responsável.

A cônsul-geral da República de Angola em Houston, Estado do Texas, nos EUA, Ana Paula do Nascimento, disse que a actividade, essencialmente, está de acordo com o programa orientador do Governo em atrair investidores nesta fase para ajudar no processo de reconstrução do país e, principalmente, trabalhar com as comunidades presentes nos Estados Unidos da América.

Já a promotora do Fórum, a ANUSBA – Angola USA Business Association, através do presidente Nuno Miguel Rosa, buscou atrair a atenção dos presentes ao objectivo principal do Fórum que é aumentar o “network”, desenvolver negócios e formar parcerias entre as empresas participantes.
“Foi partilhada aqui muita informação importante, as oportunidades existentes e disponíveis para que nós possamos então desenvolver esses negócios”, admitiu.

Na mesa-redonda, foram discutidas as oportunidades de negócios em Angola. Teve como anfitreão o presidente do Conselho de Administração da AIPEX e da ZEE, António Henriques da Silva. A moderação foi do angolano Gil Inglês, residente nos EUA. Além de António Henriques da Silva, o painel foi partilhado com os representante da Chevron no evento, Bruno Filipe; do director de Comércio e Assuntos Internacionais do Governo Provincial de Houston, Chris Olson; pelo representante de Whashington DC, Melvin Maxwell e da Cônsul Geral de Angola em Houston, Ana Paula Nascimento.

Na ocasião, Ana Paula do Nascimento manifestou a satisfação do Consulado por poder realizar efectivamente essa comemoração alusiva aos 46 anos da independência da República de Angola.


*Com Ivete Bráz/AIPEX

  AIPEX abre o catálogo de oportunidades para os investimentos
Por sua vez, o presidente do Conselho de Administração da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX), António Henriques da Silva, reiterou na sua apresentação sobre a abertura dos principais sectores e das oportunidades de investimento existentes nas diversas regiões do território angolano. Destacou a necessidade de partilha no mercado norte-americano, em particular o do Texas e de Houston, em relação às oportunidades existentes.

António Henriques da Silva disse ser importante cada vez mais aproximar-se a realidade que se vive, actualmente, em Angola do ponto de vista das diferentes reformas em curso e do ponto de vista da melhoria do ambiente de negócios e das oportunidades nos mais diversos sectores da economia angolana que devem ser desenvolvidos.

“Obviamente que podemos contar não só com empresários americanos, mas também com a diáspora angolana aqui presente, um factor importante de renovação e de incremento das relações, para além dos temas políticos, também os de economia, atendendo ter Angola um desafio muito grande de diversificação fora do sector do petróleo. As nossas oportunidades são amplamente conhecidas e o interesse deve ser manifesto de formas a que se concretizem efectivamente os projectos”, disse.

Segundo o PCA, “se tivermos em conta a imensidão de oportunidades que o país tem, se nós tivermos em conta a coerência das reformas que estão a ser desenvolvidas e os resultados positivos, bem como as trocas de impressões que aqui desenvolvemos com os diferentes participantes, verificamos como eles também anotam a evolução de Angola e vontade de concretizar cada vez mais novos desafios”.

Conforme assegurou António Henriques da Silva, Angola vive um momento diferente, um momento em que as reformas em curso e os resultados apresentados motivam qualquer um a acreditar que de facto o país oferece um espaço para investimento.

“Se tivermos em conta também, que do ponto de vista da integração Regional face à existência, hoje, da Zona de Comércio Livre Continental, das oportunidades oferecidas por esse novo mercado para os investimentos no país, em particular, mas em geral como uma oportunidade de acesso a outros mercados por via de Angola, é verdadeiramente não apenas optimista, mas exequível que assim aconteça e acções como estas venham a oferecer uma oportunidade para que a AIPEX, enquanto agência de investimento privado e responsável pela promoção das exportações cumpra o papel  integrado nas demais acções que estão em curso e em desenvolvimento pelos diferentes sectores da economia”, detalhou.

António Henriques da Silva considerou ainda “será com a persistência e com a divulgação cada vez maior do que Angola hoje é em termos de oportunidade, da consistência das reformas e das oportunidades, que, certamente, conseguiremos ter os ganhos que merecemos”.