As unidades de hemoterapia do país vão ser todas apetrechadas com equipamentos de ponta, no quadro do programa do Executivo, designado “Sangue Seguro”, anunciou, sábado (06), em Luanda, o secretário de Estado para a Área Hospitalar.

Leonardo Inocêncio salientou que o referido programa prevê, igualmente, a capacitação contínua dos recursos humanos e reforçar as unidades com reagentes que permitam os hospitais dispor de sangue, cada vez mais, seguro.

Ao criar o programa “Sangue Seguro”, explicou o secretário de Estado, o Executivo pretende sensibilizar e promover campanhas massivas de doação e permitir que mais pessoas possam beneficiar deste produto, mesmo que não doados por familiares.

Leonardo Inocêncio disse que este programa pode inverter o problema da escassez de dadores de sangue, numa altura em que Angola precisa de cerca de 300 mil voluntários, para corresponder às necessidades de uma média diária de três centenas de hemo-transfusões nas unidades hospitalares.

O secretário de Estado da Saúde para a Área Hospitalar, que falava no acto de celebração do Dia Nacional do Dador de Sangue, disse que dados referentes ao ano passado indicam que o Instituto Nacional de Sangue (INS) registou um total de 155 mil dadores, dos quais 138 mil são familiares e apenas 17 mil pertencem ao grupo dos voluntários.

No país, que tem perto de 30 milhões de habitantes, a maioria das solicitações de transfusões de sangue deriva de pacientes com câncer, falciformação, anemia, cirurgias, doenças renais e malária complicada.
Neste momento, Luanda, com mais de 80 milhões de habitantes, é a província com o maior número de solicitações ao INS. Em média, são disponibilizadas 260 a 300 unidades de sangue por dia.

A directora do INS, Deodeth Machado, referiu que estes pedidos, na maior parte, são satisfeitos pelos 85 por cento dos dadores familiares que o instituto controla, o que cria dificuldades para criar reservas de sangue.
Por esta razão, a directora do INS apelou às pessoas com maior idade e que gozem de boa saúde a criarem a cultura de doar sangue de forma voluntária.

Deodeth Machado avançou que, com o evoluir das ciências médicas, hoje, já não é necessário o uso do sangue completo num único paciente, devendo o médico solicitar apenas o componente do sangue que estiver em falta no organismo do paciente.