O acordo celebrado, sábado (23), entre a Sonangol e a Associação Otchiva, com a duração de cinco anos, consiste no apoio da maior empresa estatal em garantir o suporte logístico necessário para que aquela instituição ambiental incremente os trabalhos de protecção e restauração dos mangais, envolvendo as comunidades locais, os investidores dos sectores turístico, pesqueiro e imobiliário.

O documento, denominado “Sonangol Carbono Azul”, vai apoiar a Otchiva em acções realizadas em três províncias, nomeadamente Luanda, Bengo e Zaire. A parceria visa buscar uma união cujo fim passa pela conjugação de esforços para o combate ao dióxido de carbono.

Por um lado, estará a Sonangol, produtora deste composto químico, e, por outro, a Otchiva conservadora dos mangais, que tem a capacidade de absorção e fixação de dióxido de carbono cinco vezes mais do que as florestas continentais, para além de contribuir para o desenvolvimento sustentável de comunidades pobres.

A líder da Otchiva, Fernanda Renée, defendeu uma maior preservação dos mangais em toda a orla marítima do país, a aprovação de uma legislação sobre a protecção dos mesmos, que contemple um conjunto de medidas essenciais, acções pedagógicas e penalizações severas. A ambientalista disse que o surgimento dessa lei vai garantir maior segurança para os mangais, pois vai penalizar todos os actos praticados quer por entidades individuais, quer colectivas, que ameaçarem directa ou indirectamente os ecossistemas de mangais em todo o território nacional.

 Importância dos mangais
O ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Fortunato, destacou a importância dos mangais na luta não só contra o dióxido de carbono, como, também, contra as alterações climáticas. Disse ser o mais importante ecossistema nessa luta, por causa da sua grande capacidade de absorção de carbono. “Chegamos à conclusão de que não podemos continuar a desenvolver as nossas actividades sem ter em conta os efeitos das transformações do clima a longo prazo”, referiu.