O presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional para a Gestão da Região Angolana do Okavango (ANAGERO), Rui Lisboa, disse que os investimentos começam a ser executados a partir do primeiro trimestre de 2022, inicialmente com o grupo angolano “Coutada de Luiana”, que tem já disponível cerca de 14 milhões de dólares para investir em infra-estruturas hoteleiras ao longo do parque nacional do Luengue.

Disse que o consórcio (Angola/Alemanha) denominado “N’Kiela” também já mobilizou seis milhões de dólares norte-americanos e em finais do mês de Março estará de regresso ao Mucusso (Dirico), para dar início aos trabalhos de construção de uma vila ecoturística, com o propósito de apoiar as dezenas de turistas que todos os dias têm manifestado o interesse de visitar as zonas de Okavango/Zambeze na parte angolana.

Rui Lisboa, que entre os dias um a 15 do mês em curso, chefiou o grupo de empresários nacionais e estrangeiros que visitou as localidades do Cuando Cubango inseridas no projecto turístico internacional do Okavango/Zambeze, disse que todos eles ficaram encantados com as belíssimas paisagens, a fauna e a flora da região e garantiram fazer um “gigantesco” investimento nestas localidades.

No final da visita os representantes da empresa conjunta de ingleses e americanos, denominada “Fragile Earth and Space for Giants”, identificaram algumas áreas de investimento no Bico de Angola, nas quais pretendem efectuar um investimento, na ordem de 50 milhões de dólares, em projectos de conservação do ecoturismo.

Por seu turno, a Wilderness Safari, do Botswana, também manifestou o interesse de realizar um investimento de 20 milhões de dólares no Bico de Angola, com acções viradas para o fomento do ecoturismo. Um outro grupo empresarial angolano,  “Gemeni”, tem o interesse de investir mais de 10 milhões de dólares, que serão aplicados na protecção e repovoamento do rinoceronte, que se encontra em vias de extinção.

A Caixa Social das Forças Armadas Angolanas (FAA) é outro parceiro que manifestou o interesse de investir no agro-negócio, ecoturismo, aproveitamento dos recursos florestais, protecção do património histórico militar usado nas distintas batalhas militares em Angola e na criação de um roteiro turístico, cujo montante a ser aplicado, entretanto, não foi revelado.

Rui Lisboa fez saber que a comitiva integrada pelos membros das Organizações Coutada de Luiana, N’Kiela, Caixa de Segurança Social das FAA, Casa Civil do Presidente da República, representantes do Ministério da Cultura e Ambiente e do governo local, percorreram durante 10 dias as zonas do Okavango/Zambeze para a elaboração das propostas finais para a negociação com as áreas afins do Estado Angolano.