O Banco Africano de Desenvolvimento considera que Angola vai crescer 3,1% este ano, ligeiramente abaixo dos 3,2% previstos para a média do continente da África subsaariana.

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) considera que Angola vai crescer 3,1% este ano, ligeiramente abaixo dos 3,2% previstos para a média do continente da África subsaariana, antevendo uma descida da inflação para 14,9%.

“Em 2021, as grandes reformas pré-pandémicas poderão contribuir para uma retoma em forma de V; projeta-se que o PIB cresça 3,1%, assumindo que o setor privado não petrolífero tem um melhor desempenho“, lê-se na página sobre Angola no relatório ‘Perspetivas Económicas para África 2021’, que tem como tema ‘Da resolução da dívida ao crescimento: o caminho de África’.

De acordo com o documento, que aponta uma recessão de 4,5% em 2020, “espera-se que a inflação desça para 14,9% em 2021, no seguimento do alívio monetário necessário durante a crise que também pressionou a inflação”.

O maior risco associado à economia de Angola, dizem os analistas do BAD, “corresponde aos baixos preços do petróleo em 2021“, mas se a subida das últimas semanas for sustentada, “o défice orçamental poderá diminuir para 2,2% do PIB e a balança corrente regressar a um superavit de 4%”.

Sobre o nível de dívida pública acima de 100% do PIB em 2020 e também neste ano, o BAD diz que “a recente desvalorização cambial foi a razão principal para as mudanças na dívida pública de Angola, da qual cerca de 80% é denominada em moeda estrangeira” e salienta que o FMI considera a dívida sustentável porque “as principais reformas macroeconómicas implementadas antes da pandemia de Covid-19 aumentaram a resiliência do país aos choques externos”.

No relatório, o BAD estima um crescimento de 3,2% para este ano no continente, depois da recessão de 2,1% do ano passado devido à pandemia de Covid-19.

O continente “deve recuperar da sua pior recessão económica em meio século devido à pandemia, crescendo 3,4% em 2021, que se segue a uma contração de 2,1% no ano passado”, lê-se no relatório. O documento salienta que, apesar do impacto económico ser diferenciado em função das regiões, “a recuperação antevista é genérica”.